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Estudo aponta que criptomoedas são vitais para economia da Venezuela

Uma nova pesquisa aponta que a Venezuela está se tornando cada vez mais dependente das criptomoedas em meio à pressão dos Estados Unidos e de seus aliados por uma mudança política no país. Depois de quase dez anos enfrentando isolamento econômico e sanções internacionais severas, as criptomoedas, especialmente a stablecoin USDT da Tether, se tornaram essenciais no dia a dia dos venezuelanos, segundo um relatório da TRM Labs.

O estudo ressalta como a criptoeconomia venezuelana, ainda em grande parte sem regulação, está ajudando o país a superar as sanções. Ari Redbord, um ex-funcionário do Tesouro dos EUA e chefe global de políticas da TRM, comentou que a perda de serviços bancários e as sanções ajudaram a levar tanto o Estado quanto a economia a buscar opções financeiras alternativas. Ele acredita que, embora o uso de criptoativos tenha um impacto positivo em uma população sem acesso a alternativas financeiras confiáveis, os EUA devem encontrar maneiras de limitar o uso dessas criptomoedas como um meio de escapar das sanções.

Negociações informais na Venezuela

O relatório da TRM também destaca a popularidade das plataformas informais de negociação de criptomoedas na Venezuela. Estas transações ponto a ponto (P2P) funcionam com pouca regulamentação, geralmente fora do sistema bancário. Recentemente, um único site de P2P registrou 38% de todo o tráfego de endereços IP da Venezuela.

Essas negociações informais, combinadas com plataformas que atuam entre o sistema bancário nacional e a liquidez offshore, formam um cenário perigoso para a evasão de sanções. Apesar de a Venezuela ter um órgão regulador para criptomoedas, o SUNACRIP, a corrupção e as reestruturações dentro da agência têm enfraquecido sua supervisão sobre o mercado de ativos digitais.

É interessante lembrar que a Venezuela foi uma das pioneiras em adotar a tecnologia blockchain. Em 2018, o país lançou o Petro, uma criptomoeda lastreada nas reservas de petróleo e minerais, com o intuito de oferecer uma alternativa ao bolívar, que enfrenta uma desvalorização intensa. No entanto, após anos de polêmica, culminando em tensões entre o presidente Nicolás Maduro e a oposição, o Petro foi descontinuado em 2024.

Recentemente, o governo dos EUA intensificou as tensões com a Venezuela, com o presidente Donald Trump não descartando a possibilidade de enviar tropas ao país para derrubar o governo. Na quarta-feira, o governo americano apreendeu um petroleiro que estava sob sanções na costa da Venezuela, um movimento que marca um aumento significativo na confrontação entre as duas nações.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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